Exatas demais


Você foi exatas demais para a humana que sou.
A sua engenharia não se deu bem a minha poesia.
Nos chocamos - talvez força centrípeta? - e, agora, no meio da tarde suspiro.
Suspiro não entendendo a sua grosseria.
Suspiro não sabendo que o sonho acabou da noite para o dia.
Suspiro sentindo náuseas da montanha-russa, da água morna que se fez fria.
Suspiro sem entender que o que era pra ser
não só se foi, mas também - ao deixar - me arrasou.

PS: optei por usar os pronomes de maneira informal mesmo.
Imagem: daqui.

Comentários

CÉU disse…
Oi, Gabriela!

Grata por sua visita e tão inteligente comentário lá no blog.

Teu texto é excelente. No amor, não há medidas exatas, nem pessoas certas.

Beijos. Boa semana.
Inês disse…
Que bonito, achei bem lindo este texto! :)
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Mafê Probst disse…
Ô mulher, esse maltratou demais.
Suspiro sem entender que o que era pra ser

Fiquei remoendo umas memórias antigas. ♥
Oi, Gabriela, boa tarde!!
Um dia, mostrei a uma menina (eu era menino) as pisadas dela e as minhas na areia da praia, entre tantas outras pisadas, em todas as direções, como um fato curioso. Foi apenas o que veio à minha mente, um fato curioso. Eu disse: “olha!!” Mas ela disse: “nem o mar pode apagar, nem as outras pisadas podem substituir a forma dos teus passos nas areias da minha vida... para mim, só existem as suas...” Sim, Engenharia e Humanas se chocam como matérias, ainda que a Engenharia pudesse ser Humana e as Humanas pudessem ter Engenho, e ainda que quiséssemos tanto isto! Só uma força centrípeta exata, chamada Amor, e vinda das duas partes, aproximaria tais matérias ou outras quaisquer em torno de si, sem fazer chocarem-se, ou sem permitir escape... Amor... A varinha de condão do mundo... Só a morte separa o Amor. O mais será a surpresa, o suspiro e o desalento de quem estava na força centrípeta do Amor, quando o choque inesperado se deu.
Um beijo carinhoso,
Ângelo Feinhardt, Fe
P.S. Espero que você volte a ver esses comentários, e volte a postar esses textos maravilhosos até setembro ou outubro de 2050 ou depois disso...
edna figueiredo disse…
Olá Gabriela,
Seu texto é surpreendente e belo.
Descreve com exatidão o fim de um relacionamento, onde investimos tanto...e de nada adiantou.
Parabéns!!
Beijinho:)
bella pagina disse…
Adorei seu poema, em certo ponto me identifico haha!
Beijos boa semana ,
http://www.bellapagina.blogspot.com.br
Adriana Leandro disse…
Que lindo texto.
Muitas coisas em nossa vida não são exatas e nem são perfeitas como a gente quer.
Bjus!

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