Museu

Reviro o meu passado tentando te encontrar. É lá que você sorri para mim e que eu posso enxergar mais uma vez aquele seu olhar de menino apaixonado.
Reviro o meu passado tentando entender, mas logo me recordo de que a vida não é feita de entendimentos e sim de fatos que - algumas vezes - sequer se conectam.
Eu tentei entender, por muitas vezes, até que... como digo para mim mesma... desisti. Só que ainda não compreendi porque o tempo passa e, mesmo me convencendo de que foi melhor assim, eu ainda volto para aqueles dias em que eu, pelo menos, fui feliz. Feliz andando de patinete no meio de uma loja na Avenida Paulista. Feliz com um pouco de receio do teu mundo tão desconhecido para mim. Feliz tentando me caber nesse teu mundo e me esquecendo de que não preciso caber em pessoas ou lugares, porque o amor é para transbordar e não encaixar.
O relógio já bate mais de 22 horas e amanhã o dia, sem o teu bom dia, é longo.
Reviro o meu passado mais uma vez e... rapidamente me lembro de que não vivo em museu e que até mesmo o Museu da Língua Portuguesa - o meu preferido de São Paulo - em chamas se perdeu. Em chamas se perdeu assim como você e eu nos perdemos um do outro.


(Imagem: daqui)

Comentários

Obrigada pela visita em meu blog.
Penso que sentimento não é roupa para cair bem em um alguém que não tem a intenção de vestir a responsabilidade de amar com coragem. E passado não é lugar para ser visitado e nem deve ser pisado várias vezes, pois existem fatos que ainda doem por lá.
Tenha um dia abençoado e volte sempre.Bjs.
Adriana Leandro disse…
Bem legal o seu texto.
As vezes é bom relembrar os bons momentos do passado.
Bjus!

galerafashion.com
Júlia Evelyn disse…
Que layout mais fofo esse!

juliamodelodemodelo.blogspot.com
Jaya Magalhães disse…
Gabi,

Já percebeu que todas essas lembranças vão sempre caber em vocês? Somos todos museus de nós mesmos, com a (des)vantagem de que tudo sempre será preservado. O texto é lindo.

Você me perguntou umas coisas no blog. Te respondo. Resolvi comprar o domínio com meu nome pra facilitar o acesso e desvincular o endereço do antigo título do blog, que já não existe mais. No entanto, o blogger possibilita que mantenhamos a hospedagem dentro do seu site. Meu acesso continua o mesmo, via site blogger. Só mudei mesmo o endereço. Então a verdade é que não tem diferença. Espero ter conseguido explicar.

Um beijo.
É muito difícil saber o que começa um ciclo vicioso... Alguém, precipitadamente, diria que é você revirar o passado. Isso a leva ao amor perdido. O amor perdido aos risos, ao compartilhamento dos dias felizes. O compartilhamento dos dias, à felicidade. A felicidade, à saudade. A saudade, à solidão... Então, alguém poderia lhe dizer: pare de revirar! Mas eu preferiria perguntar se você pode parar! Penso que não. E penso que, se não pode, o ciclo vicioso não começa quando você revira, mas no que a faz revirar – e quem faz isso é a saudade. Esses tipos de ciclos viciosos começam na saudade! Aprender a conversar com ela é a única chance que temos de mudar o ciclo...
O texto é maravilhoso, lindíssimo. Você é uma escritora excelente.
Um abraço carinhoso
Fe