
Annalice sonhava em ser astronauta quando pequena só para poder carregar todas as estrelas da imensidão do Céu que, segundo ela, cabiam em suas mãos gordinhas e jogá-las nos lugares sem brilho.
Ela era tão exageradamente romântica que ao invés de roncar ao dormir, fato provocado por suas amídalas, suspirava em doses longas e metódicas, como se planejadas fossem. Sorria como serenatas de amor, cheia de esperança sem motivo.
Não comia morangos nos dedos, mas a chamavam de Annalice Poulain. Tinha como marca o sorriso, o mesmo que muitas vezes a acompanhou em dias chuvosos para os olhos.
Dançava na chuva só para sentir que pelo menos as gotas a aplaudiam, pois se elas caíam de tão longe, seria só por um motivo: vê-la dançar desesperadamente alegre.
Era como se duzentas e duas mil borboletas grudassem em seus braços para que assim ela voasse. E voava, voava, voava... com os olhos fechados, com os olhos sorrindo, com os olhos brincando, com os olhos cantando, com os olhos vivendo doçuras que há nesta vida para os que a veem com encanto, com delicadeza, como crianças - como se cada doce, cada abraço, cada palavra linda fossem tesouros de final de arco-íris.
P.S.: pra entender o Poulain clica aqui.
Comentários
Seu blog é lindo e os textos que eu li são repletos de uma beleza única.
Beijos.
Me deu até vontade de voltar a ser criança com aquela inocência toda e sonhar. Lindo.
Gosto desse estilo seu de escrever!
Nossos sonhos, utopias e criações malucas.