Annalice Poulain


Annalice sonhava em ser astronauta quando pequena só para poder carregar todas as estrelas da imensidão do Céu que, segundo ela, cabiam em suas mãos gordinhas e jogá-las nos lugares sem brilho.
Ela era tão exageradamente romântica que ao invés de roncar ao dormir, fato provocado por suas amídalas, suspirava em doses longas e metódicas, como se planejadas fossem. Sorria como serenatas de amor, cheia de esperança sem motivo.
Não comia morangos nos dedos, mas a chamavam de Annalice Poulain. Tinha como marca o sorriso, o mesmo que muitas vezes a acompanhou em dias chuvosos para os olhos.
Dançava na chuva só para sentir que pelo menos as gotas a aplaudiam, pois se elas caíam de tão longe, seria só por um motivo: vê-la dançar desesperadamente alegre.
Era como se duzentas e duas mil borboletas grudassem em seus braços para que assim ela voasse. E voava, voava, voava... com os olhos fechados, com os olhos sorrindo, com os olhos brincando, com os olhos cantando, com os olhos vivendo doçuras que há nesta vida para os que a veem com encanto, com delicadeza, como crianças - como se cada doce, cada abraço, cada palavra linda fossem tesouros de final de arco-íris.

P.S.: pra entender o Poulain clica aqui.

Comentários

Jaynne Santos disse…
Com certeza um dos textos mais doces que já li nos últimos dias. Traz um encantamento único, cheio de um ar abstrato que carrega inocência e calmaria.
Seu blog é lindo e os textos que eu li são repletos de uma beleza única.

Beijos.
Julie Duarte disse…
Que texto mais fofo. Me identifiquei bastante com ela e-e
Elania Costa disse…
Que coisa fofa, saudade de vc por aqui menina,rs. *-*
Me deu até vontade de voltar a ser criança com aquela inocência toda e sonhar. Lindo.
Bruna Brasil disse…
Sabe o que o seu texto me passou: esperança. E lhe agradeço muito por isso, é o que eu mais estou precisando nesse momento!
gabriela ♥ disse…
Sempre delicada <3
Gosto desse estilo seu de escrever!
Anônimo disse…
Temos qeu viver desta formas, buscando aquilo que escondemos de bom, vivendo isto que esquecemos que é bom.
Nossos sonhos, utopias e criações malucas.