
São três horas da manhã e aqui há tormenta – restos de chuva que deixaste em mim. O sono veio e se foi marejado de pensamentos vindos de portos distantes, mas perto de ti. O silêncio é a minha voz e o arrependimento, meu trauma.
Eu poderia fazer como Clarice Lispector e gritar a minha consciência, liberar um pouco de choro com letras:
------- Cadê você? Meu coração procura-te no deserto, antiga cachoeira que secaste...
Todavia, aumentaria a sofreguidão. Prefiro apagar rastros de palavras tortas com uma borracha velha e olhar as estrelas, talvez mergulhar no azul infinito e de tudo esquecer. Ah, citei “estrelas”? Tolice minha. Eis que novamente aparecem-me as cincos pontas e, de repente, não mais que de repente, as cinco letras que detêm o teu nome. Por que é impossível apagar-te? Seria simples deletar-te de redes sociais e afins, mas arrancar algo e alguém cravado no âmago? Não, não é tão fácil assim.
O problema é que me vejo tropeçar nas palavras e gestos e jeito quando perto estás. O problema é que terei prova amanhã e você rompe os limites do adequado e faz-me como boba ficar. O problema é ter que esperar mais sete dias para ver-te. O problema é você me fazer chorar e sorrir e secar. O problema é você achar que sou flor sem ciclo – quando longe estás, eu morro. O problema é... é... é... Nem sei mais qual é, lembrei-me do teu sorriso agora e como numa epifania – de tudo esqueci, cresci, iluminada estou.
E sonhos invadiram a garota que a cada novo amor, como se primeiro fosse vivia. Ela disse como quase num lapso: “Boa noite, os olhos já fecham e estrelas pedem para serem vistas. Até amanhã, quer dizer, hoje.”
Bocejou.
Fonte da imagem: aqui, por Marina Faria.
Comentários
Beijinhos :)
Não sei o teu...
Não sei de muita coisa.
Só sei que me faz bem te ler, Gabi. E é tão bonito as palavras que você dirige a mim. Aliás, todas as tuas palavras são lindas. Somos flores, não somos?
Somos sim!
=D
Um beijo, da menina que nada e que sente saudades.
João Lenjob.
Suas Palavras
João Lenjob
Distribuo o amor
Vendo pelo melhor preço o sabor da emoção
E na promoção que faço de cada verso
E cobro somente um beijo e um abraço
Sorrio grato e saudado pela alegria
E você respira então minha poesia
Sente o perfume de cada estrofe e se delicia
Troca e corresponde na fineza
De suas palavras.
Simplesmente tambem prefiro ouvir Alice, e não quero saber de mais nada...
um beijo flor de liz!
Beijo!!!
João Lenjob
Abajur Desligado
João Lenjob
A tua luz é tão inerte
Pura, minha
Ela me ilumina eternamente
Me cativa suavemente
E nem preciso vê-la
Posso somente senti-la
Posso tê-la sempre
Como um abajur desligado
O teto apagado
E a noite tão escura
Não preciso de outra luz
Preciso somente de teu brilho
E tão precisamente do teu calor
Que me aquece em noites frias
Que me cobre em momentos sós
Como a intensidade de todas as cores
E o teu objeto de tantos amores
A tua presença como de todas as flores.
Bela postagem!!!
A visitarei mais vezes...
Não ter porque sofrer por causa disso, e não tente apagar, a não ser que ele te faça mais mal do que bem!
Beeijos!