
E serás amado por todos os dias, mesmo que essa efêmera vida tire-me da sua. Carrego uma luz que te envio, e remeto-te com tanto amor que não sei como cabe em mim. Tenho ciência de que estes olhos - que me sustentam e que são o combustível da minha vida, brevemente aparecer-me-ão outra vez e guardados serão nas minhas memórias. Sei que o amor não deve ser visto como o retrato que se apagou ou a chama que o vento murchou. O amor, sempre estará no presente, que escorre por minhas mãos e que passa mais rápido do que os meus pensamentos. Todavia este amor, este mesmo amor que começou num dia quente de verão com fé embalada e fácil riso, guardado sob sete chaves e aquecido com todo o calor que me alenta durante a gelidez; vivo manter-se-á no passado, pelo menos por agora.
Amo-te sem anseios, mas com todas as minhas forças. Amo-te estrondosamente e quietamente. Amo-te não podendo amar-te. Amo-te na luz e devo amar-te nas sombras. Amo-te, como poetizou Pablo Neruda, num modo em que não sou e nem és. Amo-te tão brevemente que me é recôndito a luz do olhar, do seu olhar que me cobre de fé e me faz viver. Amo-te não pertencendo a mim e esquecendo o que é existir. Amo simplesmente, amar você, amar você.
Perdoe-me, John. Tentarei enganar este meu coração que a tanto te pertence, dizendo que um término se pinta em nós. Peço para que contenha o pranto. Preciso viver e esquecer o que se fora, pelo menos por enquanto. Não, não te abandonarei. Apenas por estes meses que se fazem tão longos e infinitos diante a tua espera. As minhas certezas ainda estão em ti, não duvide. Se elas se ruíram por instantes, construirei muralhas para guardá-las e mantê-las seguras. Sei que posso cometer o maior dos meus erros, mas hoje este parece ser o meu certo.
Se aguentarei viver assim? Pelo nosso amor, sim. Sei que você também. As nossas cartas nos machucam e fazem reavivar fatos longínquos, passados das manhãs bonitas. Não quero reavivá-las e passar noites tristes chorando. Não anseio também as tuas lágrimas; concentre-se nestes campos que minam os nossos corações, que aniquilam verdades, contudo que te farão sobreviver. Confio no vento para dissipar as minhas vontades, os meus desejos, a minha fé, o meu alento, o meu sorriso, as nossas vidas...
Estarei esperando-te na manhã mais bonita, com todas as cores da aquarela em meus olhos. Sei que em breve nos reencontraremos e então, espero que nunca mais a distância irrompa os nossos traçados. Você é os meus sonhos de adolescência, o pedido que fiz à fada-madrinha, a minha constelação maior, o meu completar, a minha razão. Desculpe-me, amor.
Eu ainda amo nós.
Eu amo você, John.
Com carinho, a garota das roupas roxas.
Entrelinhas: o texto fora composto por fragmentos já existentes de partes melosas que falavam de amor (um platônico, em especial) e sobre outros fragmentos à respeito do meu John, que foi retirado do livro "Querido John." (:
Comentários
Tenho medo de dizer qualquer coisa, porque esse texto tá tão bonito, tão LINDO, tão INCRÍVEL, tão... romântico!
Ai, eu não sei. Não sei mesmo o que dizer.
Você escreve e me tira as palavras da boca ao te ler.
Ah, cara!
Sou tua fã, sou mesmo. Muito sua fã.
Beijo pra ti.
[♥...]
** E puxa, puxa, puxa, tô lendo exatamente este livro. É a coisa mais linda do mundo. Você transcreveu perfeitamente o quão dolorosa é a saudade.
Beijo!
Bjooos Thayná *-*