Closer

O meu silêncio é tempestade em alto mar. Não vale o mísero tostão ou o grão que se acumula pela areia. É, somente, mais uma das minhas invisíveis (anti)defesas. É tese antítese, é paradoxo imortal. O calar-me exterior torna-se tumulto interior. Vivo desta triste destreza, mormaço tropical. Introspecção de tudo – do que se fora e daquilo que continua... - no presente presentíssimo. O arrependimento incessante, as vozes que se emudecem frente a outrem e as decepções indo direto à bagagem, situada no canto curvilíneo do coração. Quando será que passarei a interpretar, esvair a timidez e enrijar o eu?
O que dizer, não sei. E o que pensar, tampouco saberei. Apenas serei ou tentarei... aquilo que os meus olhos pesam em palavras pronunciar e simplesmente deixam escapar: a lágrima no delinear duma rosa. A lágrima inaudível, incomensurável, dolorida e inevitável. A rosa da manhã, da esperança que me faz acreditar em tudo outra vez, mesmo que esse tudo não se passe de uma ilusão que me trará espinhos e também, a doce utopia que me fará crer - até na mentira do não saber.
Enquanto perpasso os percalços deste longo caminho, deixarei nesses trilhos descalços, as minhas sandálias de proteção e os pingos que caem em meio a esta minha solidão.
O meu silêncio é flor murcha, rosa sem pétala, vida morta, temor sem frio, rio vazio, natureza escurecida, chuva desvanecida, coração molhado, verão nebuloso... é: lágrima sem sal.

Ah, a lume de que essa timidez e sufoco passarão no próximo alvorecer ainda me aquecem.

Entrelinhas: este blog perdeu-se em meio ao tumulto que é estar no terceiro ano do Ensino Médio, desculpe-me.

Comentários

Thaís. disse…
Ainda que demores a voltar, não prive teus leitores de palavras sempre tão lindas.

Escreva pra si. Escreva quando der. E peloamordeDeus, volta!

Beijo, florzinha.
Érica Ferro disse…
Não te silencies tanto, porque assim te sufocas por dentro, te matas.
Não morra calada. Grite!
Mesmo que os gritos firam os ouvidos de outrem.

Minha cara, tinha alguns textos ali embaixo que eu não tinha lido. Os li e comentei.
Aliás, o blogger não avisou da tua atualizações. Veja que danadinho, rs!

Beijo, Gabi!
Quero chocolate, rs.
Daniela Filipini disse…
Muito lindo aqui *-*
Você escreve muito bem!
Sobre o tumulto do terceiro ano, entendo-lhe perfeitamente x.x
Al Reiffer disse…
Obrigado pelo comentário. Muito belo teu blog.
Unknown disse…
'Enquanto perpasso os percalços deste longo caminho, deixarei nesses trilhos descalços, as minhas sandálias de proteção e os pingos que caem em meio a esta minha solidão... ' Adorei ...esse trecho do poema e lindo!!!! Voçê tem talento e vai longe, parabèns...pra vc 'O importante e aproveitar o momento e aproveitar a sua duração,pois a vida estar no olhar de quem sabe ver" E voçê sabe e vai longe, bjs Cida
Wevertton disse…
Feliz Pascoa!!! =)