E viva, em paz


Viaje nas águas do teu rio, ribeirinho. E sonhe com os cristalinos que brilham ao céu noturno, e te lançam os cobertores que aquecem o teu fechar de olhos, no descansar dum dia suado. Imagine as tuas crianças sorrindo à margem daquelas beiras. E repouse os teus pés junto às areias; contenha o pranto, prive-se do esvair... Vá, ribeirinho, o teu caminho seguir. Jamais lance fogo à natureza que te acolhe. Ó ribeirinho, se triste forme casulo no leito do rio que te embala e então, misture as tuas lágrimas com os pingos ao redor, são passageiros e corriqueiros, acredite. Durma ribeirinho, em paz, pequenino. Durma, pois o dia já se fora e teremos outro porvir.

O suposto fim perdeu-se nas necessidades próprias e já não é mais término; é, talvez, uma continuação. (:

Comentários

Mariana Andrade. disse…
incrivelmente doce e tocante o teu texto. muito bonito mesmo. uma esperança àqueles meninos que remam rumo ao seu futuro incerto.

belo, de verdade.
Nem tenho muito o que dizer a Mariana resumiu minhas palavras,e só acrescendo mais uma coisa sincero o texto,muito sincero.
Bjo
- disse…
que lindo seu texto *-*
Érica Ferro disse…
É a esperança num 'porvir melhor' que nos incentiva a ir, não desistir em meio às dificuldades, não é mesmo?

É lindo tê-la de volta, Gabriela.

Um abraço da @ericona.