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Somos um quebra-cabeça com infinitas pecinhas, algumas maiores e outras menores. Há as de valores e aquelas sem apreço. Existem os elementos mágicos, cujo poder é completar os enigmas restantes e desvencilhar as incontáveis horas de busca, a fim de descobri-los no fim do arco-íris. Esses são raros, às vezes somem igual à água dentre as mãos e descolorem-se como a aquarela caída em cloro puro.
Para algumas pessoas os membros remanescentes possuem a forma de ser humano, a vivência fica então complicada, pois atravessando as veredas e situações difíceis, partes frágeis podem sumir e nunca mais voltar. Restam-se as feridas e lembranças das imagens que algum dia foram formadas.
Ao longo do tempo a aparência se modifica e na caixinha de reminiscências guardamos as passagens marcantes do estalar dos segundos. Os componentes infinitos permanecem estáticos... estes que se juntos iluminam passos e acendem luzes vagantes; todavia, distanciados pelo compasso das batidas apagam-se. Só que sabemos profundamente que em seu núcleo ainda há uma vívida lume claramente acessa.
No final, descobre-se que somos como os rios que fluem pelos canais jamais navegáveis, o plural de águas coloridas que correm pelas lavas da vida, os córregos que transpõem por vezes temendo a sujeira que neles poder-se-á encontrar, os lagos da grã-ventura do amor e os degelos das primaveras quentes e dos outonos frios. Entretanto, somos ainda aquele flúmen reluzente, que espera encontrar na alvorada magnífica o deságue de suas cachoeiras cristalinas e o completar do enigma de amar.


[E descobri: a minha pecinha perdida e relutante é você, somente.]

Entrelinhas: flúmen é sinônimo de rio, para qualquer dúvida.
Fonte da imagem: aqui.

Comentários

ebaaaaaaaaaaaa
1ª vez q sou a 1ª a comentar!!!!!!!!
nossa gabi cada vaz vc se supera mais, incrível o.O
seus textos são tao cativantes, tao mágicos...
continue assim q vai looonge
sou sua fã nº1!!!!

obs.: seu comentário no meu flog ta muuuito bem escrito o.O eu coloco a poesia e vc a interpretaçao dela, incrível ^^

bjosss
Lisllie Wohlers disse…
Nossa Gabi, quando vc escreve me sinto humilhada, haha.
'Sim é você a pecinha que falta para vc me completar.'
Érica Ferro disse…
Entretanto, somos ainda aquele flúmen reluzente, que espera encontrar na alvorada magnífica o deságue de suas cachoeiras cristalinas e o completar do enigma de amar.

Nooooooossa, cara! Morri e ressuscitei agora, sério.
Lindo demais.

Quer dizer que você encontrou a sua pecinha?
Poxa, que lindo! Felicidades, então. ;)

Gabi, não sabia que você quer ser professora. Que legal, cara. Vai fundo, tenho certeza que você será uma excelente professora.

Ah, a música dos Los Hermanos, que coloquei um trecho dela no teu comentário, se chama "O vencedor".

Woww! Eu te impressiono? Ah, que lindo.
E o que dizer de ti? Me impressionas nos textos, nos comentários.
Enfim, tu és pura surpresa e encantamento. ;)

Ah, adooooro-te ♥.
Beijo.
CL disse…
Lindo, lindo mesmo...
Sim, somos mesmo como um rio que corre em busca de um desfecho belo e digno das suas águas, um fim que explique o porque de todo aquele caminho e nos ensine a continuar seguindo em frente.
Nati Pereira disse…
Algumas vezes achamos que a pecinha que faltava era um certo dito cujo, mas com o passar do tempo iremos perceber que essa peça não irá mais se encaixar, e aí então, encontraremos outra e mais outra até a real peça chegar. beijos
Tatiane Trajano disse…
Na verdade, eu descobri que a pecinha que falta nunca está no outro e sim em nós mesmas.

Beijos!!