Dia dos...

de quê mesmo? Dos pais, das mães, das crianças, do amigo, do papagaio da vizinha do fundo e assim vai.

As pessoas dão demasiado valor para os dias comemorativos e muito provavelmente esbanjam afeto apenas nessas 24 horas, esquece-se a importância das outras estações. Há tempo para ser querido e fazer-se merecer disto, para demonstrar carinho e ser paternal. Não são presentes e merecida compaixão dados e lembrados numa única data, que calarão os erros e desobediências. Não representarão aqueles, o amor e gratidão, por servidão fiel e digna de um respeitável honrado pai.
O comércio nos ilude juntamente com a mais forjada mentira sentimental, a fim de lucrar. A mídia nos corrompe aliada à falsa comoção propagandística, com a intenção de criar em nossos subconscientes uma morada segura de enganação mútua.


Quando criança eu ficava paralisada com os poderes supremos que os heróis de ficção possuíam. Eram bem mais que magia. Estes iludiam milhões de mentes pueris e nessa utopia sem fim, embarcávamos juntos para a Terra do Nunca da Fantasia, um novo mundo de encantos e deslumbramentos então surgia, e nas quimeras das primaveras imaginativas aventurávamos por horas incontáveis. Só que nesse lugar surreal não havia o mais inusitado e incrível herói, o meu pai. Apesar de não possuir o emblema S e não voar, unicamente ele criava mil formas diferentes para contar uma singular história e me fazia viajar mais alto que as espaçonaves pelo Universo. Ensinaste-me que o bicho papão pode tornar-se real e que a visita da fada madrinha depende das nossas ações. Aprendi com o meu modelo de vida, os primeiros algarismos para colorir as infinitas tabuadas e entre números sem fim, a fazer contas desenfreadas.
Já fui um quadro de retalhos, uma boneca de pano com rasgões e costuras, uma Barbie antiga, uma garota aprendendo a viver dentre erros e acertos, uma inconstância de menina, uma professora dos que tinham dúvidas, uma aluna aplicada no conteúdo vitalício, uma pianista aprendiz, uma sonhadora, uma aventureira, uma navegante de utopias, uma remadora e a sinceridade absoluta em pessoa, mas definitivamente nada seria sem aquele que me levantou quando eu cismava em cair e me levou ao dentista dessesperadamente. Deveras, amo-te muito pai.

Comentários

Lisllie Wohlers disse…
Pois é, deviamos dar valor e demostrar isso todo dia, e não só nos dias comemorativos, pois afinal, é ele que sempre, não importando a situação estará ao nosso lado.
Francisca Nery disse…
não tenho papi ao lado então fica complicado. mas sim, concordo que pessoas deveriam olhar e agradecer mais aos pais não só no dia do lucro do comércio..
mari disse…
Concordo com você em grau, número e em gênero.