Ela estava sentada em sua cadeira preferida e diante do seu melhor companheiro, ainda assim nada vinha, sentia um turbilhão de idéias passarem-se rapidamente por sua mente, mas com essa mesma velocidade estas lhe fugiam do cérebro. Necessitava escrever algo magnífico e surreal, isso a apavorava...

Em outras auroras, encontrava o céu celeste translúcido como água em rio berrante. A correria de aquele soar ribeirinho a qual observava era sinônima do reflexo da sua alma. Se colocasse a mão entre os resquícios passageiros, sentiria com todas as forças que algo iria tocá-la. Notou inércia adjunta a um súbito déjà vu. Cobriu a face com as águas cristalinas que jorravam conforto. Não pôde respirar por alguns segundos e isso fez a sua mente flutuar. Viajou por dentre as estrelas do seu suntuoso mar. Pensamentos infinitos surgiam em sua mente e agiam como crianças felizes divertindo-se com brincadeiras de ruas típicas. Já se sentia um pouco asfixiada. Resolveu emergir, todavia o peso que a sua cabeça acumulara era maior do que poderia de fato aguentar.
Novamente as lágrimas habituais escorregaram com facilidade defronte, preenchendo o seu enorme vazio. Não sabia mais o que fazer, por que tanto esforço fora subitamente em vão? Estava forte, feliz e segura. De repente parecia que tudo aquilo ocorrera há séculos, ou então que jamais sentira. Os pássaros pousaram rapidamente a alguns passos de onde estava. Decidiu se acalmar ouvindo a melodia que soava tão docemente. Deitou-se na suave campina e olhou para bem alto, cerca de milhares de quilômetros acima. Percebeu que os seus problemas não eram absolutamente nada, quando comparados com os milhões de corações sangrando e chorando.
Ao longe ouviu algum estranho lhe dizer:
“Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?” Sorrateiramente aproximou-se e permaneceu em choque. Com isso, ele proferiu que era somente uma parte do livro da Vida e que se encaixaria porventura, como uma luva nos dedos já endurecidos de seu coração. Ficou estática, internamente os rios escaldantes das suas emoções extravasavam por dentre cachoeiras feridas.
O ser desconhecido ergueu os braços aos ares e, após mirar as nuvens, direcionou-se à garota, argumentando:
- A vida não é tão fácil quanto podem as nossas mãos apalpar, mas não é tão difícil ao ponto de não podermos enxergá-la em poucos passos. Há Alguém muito especial fitando-nos a cada momento e torcendo para que as nossas escolhas façam-nos bem. Não será por ofensas alheias ou insultos mundanos de indivíduos imperfeitos que você irá se entregar ao vento, como um espírito mórbido. Quem te disse para o fizer? Se ontem você poderia com espadas lutar e hoje já nem as consegue pegar, é normal. Os momentos são compostos por vitórias, porém por fraquezas também. Com os próprios erros aprende-se que ficar observando é o mesmo que deixar a linha do tempo caminhar descontroladoramente, trazendo sinais de velhice, recordações tristes, antigas e amarguras de fatos que poderiam ter acontecido, só que a mesmice traiçoeira não deixou. Trago comigo, cara pequena, uma mensagem que recebi dos seus pensamentos. Por que eles andam tão tristes?
Assustou-se. Aquele homem, aparentemente com boa intenção e aparência deslumbrante, desvendou toda a sua caixinha misteriosa de segredos, decifrou-lhe o coração e a pôs para pensar. Não pôde aguentar, desabou no chão e as suas pernas logo tocaram as verdes gramíneas. Um estranho encontrara todo o caminho condutor para a sua completa calmaria. Era utópico crer em tantas coisas devaneantes que estavam a ocorrer. O conforto súbito e imenso abandonou qualquer hipótese de questionamento interno. Denominou-o apenas como um anjo, assaz sublime.
Minutos se passaram e abruptamente ouviu um: “Gabriela, saia já dessa cama, estamos atrasadas!” Remexeu-se procurando por vestígios daquela paisagem inesquecível, da outrora vislumbrante que lhe proporcionou tamanha animação para viver. Acordou num dia nebuloso, com pingos d’água e escuridão encobrindo a atmosfera. Foi um sonho, mas jamais sentira algo tão real quanto aquilo fora. Passou por situações de sua vida extremamente complicadas, tudo era aquém de sua visão, pois nunca o vira, ouvira ou escutara novamente, mas sempre sentia amor enorme ao seu redor, a segurando-a como numa cápsula protetora e desviando-a de todos os males da humanidade. Estava segura, duma forma jamais imaginável.
Na verdade, a quimera fora apenas uma confirmação do Amigo fiel que nunca a abandonou e neste mundo a colocou. Aquele todo poderoso, o qual posteriormente descobriu não ser um anjo e sim o seu Pai de amor.
... Então, a garota das roupas roxas elevou as mãos sob o ar pairante e pensou naquilo que do fundo do seu coração liberou. Não ficara bom de fato, todavia a sinceridade prevaleceu. Às vezes, dizem que as palavras verdadeiras são aquelas que nos modificam, assim foram estas que a transformou.

Em outras auroras, encontrava o céu celeste translúcido como água em rio berrante. A correria de aquele soar ribeirinho a qual observava era sinônima do reflexo da sua alma. Se colocasse a mão entre os resquícios passageiros, sentiria com todas as forças que algo iria tocá-la. Notou inércia adjunta a um súbito déjà vu. Cobriu a face com as águas cristalinas que jorravam conforto. Não pôde respirar por alguns segundos e isso fez a sua mente flutuar. Viajou por dentre as estrelas do seu suntuoso mar. Pensamentos infinitos surgiam em sua mente e agiam como crianças felizes divertindo-se com brincadeiras de ruas típicas. Já se sentia um pouco asfixiada. Resolveu emergir, todavia o peso que a sua cabeça acumulara era maior do que poderia de fato aguentar.
Novamente as lágrimas habituais escorregaram com facilidade defronte, preenchendo o seu enorme vazio. Não sabia mais o que fazer, por que tanto esforço fora subitamente em vão? Estava forte, feliz e segura. De repente parecia que tudo aquilo ocorrera há séculos, ou então que jamais sentira. Os pássaros pousaram rapidamente a alguns passos de onde estava. Decidiu se acalmar ouvindo a melodia que soava tão docemente. Deitou-se na suave campina e olhou para bem alto, cerca de milhares de quilômetros acima. Percebeu que os seus problemas não eram absolutamente nada, quando comparados com os milhões de corações sangrando e chorando.
Ao longe ouviu algum estranho lhe dizer:
“Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas? Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?” Sorrateiramente aproximou-se e permaneceu em choque. Com isso, ele proferiu que era somente uma parte do livro da Vida e que se encaixaria porventura, como uma luva nos dedos já endurecidos de seu coração. Ficou estática, internamente os rios escaldantes das suas emoções extravasavam por dentre cachoeiras feridas.
O ser desconhecido ergueu os braços aos ares e, após mirar as nuvens, direcionou-se à garota, argumentando:
- A vida não é tão fácil quanto podem as nossas mãos apalpar, mas não é tão difícil ao ponto de não podermos enxergá-la em poucos passos. Há Alguém muito especial fitando-nos a cada momento e torcendo para que as nossas escolhas façam-nos bem. Não será por ofensas alheias ou insultos mundanos de indivíduos imperfeitos que você irá se entregar ao vento, como um espírito mórbido. Quem te disse para o fizer? Se ontem você poderia com espadas lutar e hoje já nem as consegue pegar, é normal. Os momentos são compostos por vitórias, porém por fraquezas também. Com os próprios erros aprende-se que ficar observando é o mesmo que deixar a linha do tempo caminhar descontroladoramente, trazendo sinais de velhice, recordações tristes, antigas e amarguras de fatos que poderiam ter acontecido, só que a mesmice traiçoeira não deixou. Trago comigo, cara pequena, uma mensagem que recebi dos seus pensamentos. Por que eles andam tão tristes?
Assustou-se. Aquele homem, aparentemente com boa intenção e aparência deslumbrante, desvendou toda a sua caixinha misteriosa de segredos, decifrou-lhe o coração e a pôs para pensar. Não pôde aguentar, desabou no chão e as suas pernas logo tocaram as verdes gramíneas. Um estranho encontrara todo o caminho condutor para a sua completa calmaria. Era utópico crer em tantas coisas devaneantes que estavam a ocorrer. O conforto súbito e imenso abandonou qualquer hipótese de questionamento interno. Denominou-o apenas como um anjo, assaz sublime.
Minutos se passaram e abruptamente ouviu um: “Gabriela, saia já dessa cama, estamos atrasadas!” Remexeu-se procurando por vestígios daquela paisagem inesquecível, da outrora vislumbrante que lhe proporcionou tamanha animação para viver. Acordou num dia nebuloso, com pingos d’água e escuridão encobrindo a atmosfera. Foi um sonho, mas jamais sentira algo tão real quanto aquilo fora. Passou por situações de sua vida extremamente complicadas, tudo era aquém de sua visão, pois nunca o vira, ouvira ou escutara novamente, mas sempre sentia amor enorme ao seu redor, a segurando-a como numa cápsula protetora e desviando-a de todos os males da humanidade. Estava segura, duma forma jamais imaginável.
Na verdade, a quimera fora apenas uma confirmação do Amigo fiel que nunca a abandonou e neste mundo a colocou. Aquele todo poderoso, o qual posteriormente descobriu não ser um anjo e sim o seu Pai de amor.
... Então, a garota das roupas roxas elevou as mãos sob o ar pairante e pensou naquilo que do fundo do seu coração liberou. Não ficara bom de fato, todavia a sinceridade prevaleceu. Às vezes, dizem que as palavras verdadeiras são aquelas que nos modificam, assim foram estas que a transformou.
Comentários
Beijo, Mari