
A melancolia chega como uma tempestade, quando me recordo de toda a alegria que lá se podia contemplar. Acredito que não existiam vizinhos e sim amigos reais, que faziam das horas as mais divertidas. Os segundos se passavam rapidamente sem a televisão, a monotonia se esvaia com as inúmeras brincadeiras de rua, a corrida de carrinhos de rolimã não tinha distinção de meninos e meninas, as ruas eram passivas, o povo era simples e escondia em si tamanha imensidão de sentimentos briosos, os rodeios eram a maior diversão, os animais que apareciam em pleno pátio da escola traziam consigo a felicidade das manhãs excêntricas e os cavalos que ainda pelas ruas andavam perpetravam o ar austero da população urbana. A simplicidade é que faz falta, a ausência fútil é o que mais comove, fazendo com que a saudade golpeie fortemente. Os sorrisos encarecidos ao flamejar com um abraço me matam aos poucos à medida que mais raros ficam. As cores vivas espalhadas pelo ar faziam o meu pai chamar-me para ver o arco-íris, e poder imaginar que no final havia um pote com os tesouros lindíssimos da Terra. Correndo para vê-lo eu ia e acreditava que com aquela magia na cobertura azul sublime, poderia mesmo haver a maior riqueza do mundo.
Restam as saudades do cheiro doce da campina, onde nada mais tinha importância a não ser o arco-celeste que surgia. Infelizmente até esse meu pedacinho especial foi hoje corrompido e não se encontra deste modo magnífico por mim descrito. No entanto, encontre o seu paraíso, pois o meu, foi aquele por mim vivido. Outros paraísos virão, mas em meu coração este terá um lugar essencial.
Comentários
Bem que gostaria de morar em ares assim, onde a simplicidade é a única coisa que importa. Onde a globalização não apodreceu os corações!!!
Xerooo
=D