Da poesia que nos pinga


O céu que chora chuvas
desfragmenta-se em gotas,
partículas de um viver líquido
em seu passado-presente temporal.

A gota que se choca
no guarda-chuva preto
choca-se duplamente

pela desfragmentação de sua essência
e pela incongruência do agente que
não guarda, desfragmenta

como se derrotada
como se vencida
em seu leito de chão

como se esquecera
de que tudo na vida
pode ser
desfragmentado
em versos

tornando-se
de gota em gota
a mais bela das
poesias.


(Davi Drummond e Gabriela Andrade)

Comentários

Mundobrel disse…
Muito lindo isso.
Até me fez refletir aqui...o nome é guarda-chuva ... mas na verdade ele não guarda, ele joga fora. ;~
bjo
Pam Dal Alva disse…
Oi Gabi. bim perguntar em que estado vc mora??

POis eu e outra gabi estamos organizando um encontro de blogueiros. aqui em SP. ^^
Bruno Presado disse…
"O céu que chora chuvas
desfragmenta-se em gotas,
partículas de um viver líquido
em seu passado-presente temporal."

Adorei essa parte. E parece até verdade que o céu "chora".

Abraço.
Essas lágrimas poderosas que caem do céu me fazem refletir tanto sobre a beleza da vida... Igualzinho como o poema de vocês fez comigo! Muito bom!

Beijo :*
Daniela Filipini disse…
Lindo, lindo, realmente lindo.
Fernanda Fraga disse…
Nossa pela primeira vez aqui, vi que vc me segue, e na correria só hj estou aqui lhe fazendo uma visita de mts que virão. Qta coisa bonita, quanta poesia exalada.
Esplêndido poema.
Depois faça-me uma visita se puderes!
Forte abraço.
Fé Fraga