
Há uma faca de dois gumes na questão. Enquanto o prazer sentido faz a privacidade ser liberada, extravasando informações pessoais, os ladrões de felicidade estão soltos e diferentemente da realidade, não será possível distingui-los usando os cinco sentidos. Tal fator favorável para estes, ocasiona no número crescente de encontro às cegas, que torna-se um caso de pedofilia ou até crimes maiores. Obviamente há exceções, mas ao arriscar uma própria, você põe em cheque a sua vida, seja ela real ou não e sem valor ou não.
As discussões ao redor dessa nova amizade aumentam constantemente. Sinceramente eu nunca ouvi um pai ou alguma mãe dizer: “Filhinho (a), vai brincar com os seus amiguinhos da rede e os convide para vir aqui em casa”. Absurda tal ideia, não?
A geração aprendendo a romper a distância participa de um quase teatro, onde após as cortinas fecharem-se e a plateia aplaudir, a realidade invade e mesmo com essa irrupção, a magia permanece no ar. Os nossos atores interpretam tão bem que é quase impossível distinguir se os nomes usados não são os seus verídicos. Parece confuso e um pouco absurdo para quem não está adentro desse fascínio surreal.
Os inúmeros benefícios vistos do ângulo de seus participantes significam milhões de vezes mais do que os malefícios. Entreter-se durante tempo indeterminado com alguém que aparentemente te entenda, é melhor do que passar momentos de sua vida com indivíduos que te criticam e nunca puderam lhe compreender.
As dúvidas permanecem quando o desejo de excluir a conta fictícia dessa outra dimensão é irrompida pelo fato de se ter lá, irmãos e não amigos. O coração fica na mão e a partir desse momento é unicamente ele quem dirá o que se deve fazer.
Será que respirar oxigênio e abraçar verdadeiramente é melhor do que conectar-se ao outro patamar e lá encontrar o Príncipe Encantado e todos os amigos compreensivos?
Nada é extremamente ruim. A amizade virtual pode ser linda se você souber usá-la. A mente não pode se focalizar num único aspecto. Conversar pessoalmente com alguém enquanto se pensa nas mensagens que precisava dar e nos recados que deveria responder, é um mau índice. Saber aproveitar a vida é incomparavelmente a nossa prioridade, pois ao negar um sol primaveril para aceitar depoimentos sem fim pelo Orkut, você estará fazendo a sua escolha. Às vezes ela te conduzirá a um território desconhecido, com perigos e armadilhas. Por isso é necessário saber o que é uma ilusão, a fim de não deixar que a sua vida ronde em uma.
Comentários
Me passar por alguém que eu não sou só pra que as pessoas gostem de mim? Tô fora. Também sou muito tímida e hiper insegura, mas minha rotina resume-se em: do trabalho pra casa, da casa pra net, da net pra VIDA.
Não me prendo a um mundo onde ninguém é "real"... Nada substitui o tato, o olho no olho. Nada substitui o abraço, o toque. E esta vida, eu não quero pra mim.
Disse tudo, chica!!
Xerooo
=D
Acho essa coisa de Fakes um tanto absurda, mesmo. Muito provavelmente porque eu não faço parte desse círculo vicioso, e não acho saudável conversar com alguém que tenta imitar a personalidade de outra pessoa (famosa ou não, o importante é que não é ela mesma). Como você já deve ter visto no meu post pro blorkutando, a minha idéia foi quase o oposto da sua, HAHUAHIUEAH. Eu acho que você também tem seus amigos virtuais, embora não se apegue muito a eles, porque pessoas especiais simplesmente surgem, quer você queira ou não, seja de onde forem.
Mais ainda, o seu texto provavelmente foi o mais diferenciado do blorkutando, tomando como centro o lado ruim da amizade virtual, o lado incerto e escuro da força. HAHAHA
Obrigado por passar no blog, por todas as palavras. Seus comentários são tão gigantes quanto os meus, não precisa se desculpar. HUIAEHIUOAHEUI :D
Adoro tudo o que você escreve, parabéns. *-*