Encontrar-se


Telhados quebrados
atire a primeira pedra quem me calou.
De noite, à procura de respostas, andei.
Me perdi e vi que a pedra na minha mão estava
o tempo passava e eu permaneci parada.
Quem virei já não tinha os olhos brilhando,
não me reconheci em minha própria morada.

Era eu a responsável pela fuga da minha essência
a rotina me consumiu sem a minha anuência
minha arte virou exata e fria ciência.
Fui como foto grande, sem alegria, em porta-retrato pequeno
Tentei me encaixar e sufocada fiquei...

Até que o vento sereno bateu em meus cabelos
eu provei novamente a liberdade que tanto abdiquei,
e até este poeminha aqui publiquei.

Fonte da foto: neste link.

Comentários

Bárbara Paloma disse…
Olá Gabriela!
Vi teu comentário no Degradê e resolvi fazer uma visita. Feliz por ter vindo!
Que lindo poema, a poesia é nossa essência, e as palavras nosso escape, em forma de poemas, textos, lágrimas, sorrisos. Se encontramos nossa poesia, nos encontramos. Não são todos que nos compreenderão, mas se nós nos compreendemos, ou ao menos tentamos, fazemos com que nosso teto de vidro vire janela para deixar entrar a luz do sol, o brilho das estrelas, o sussurro da lua... a poesia em nós.

Abraço carinhoso
Jaya Magalhães disse…
Gabriela,

Conhece a música "Não vou Me Adaptar", de Nando Reis? Se conhece, vai entender o porquê da minha mente ter feito essa conexão entre tuas palavras e a mensagem da música. A remissão ao já não mais saber-se quem é a mesma. E eu amo isso.

Somos muitas para sermos a mesma sempre.

Um beijo em você.